Sobre as outras possíveis formas de ser e estar na Universidade

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por Camila Braga

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Tarde de sábado sem sol e sem sal. No meio do feriado de Finados, as ruas de Juiz de Fora estavam quase desertas. Metade da cidade devia estar curtindo uma praia no Rio, e a outra, uma preguiça no sofá. Encaixadas em nenhuma das duas opções, resolvemos ir conhecer o campus da UFJF.

Um pouco afastada do centro, a Universidade fica no meio de uma Mata Atlântica teimosa e urbana. Dos portões para dentro, o ar entra mais fácil, mais leve e mais fresco. Mesmo em um final de semana, não havia portaria fechada nem a necessidade de apresentar qualquer documento. Só fomos, montanha acima. Lá do alto, víamos a cidade inteira; morros, prédios e cabeças. Paramos no ICH, o Instituto de Ciências Humanas, depois que vi uma placa “Centro de Vivência” e minha curiosidade não resistiu. A unidade é super nova e começa agora a receber as primeiras turmas advindas do outro ICH, que fica em outro ponto do campus e agora vai abrigar parte das Ciências Biológicas. O centro de vivência, com esse nome charmoso e atraente, se resume basicamente a uma lanchonete, segundo estudantes de Psicologia que passavam por ali, saindo de um congresso. Não, não era o ambiente vivo que imaginei, com estudantes jogando xadrez e ouvindo música e trocando ideias e opiniões e planos e sonhos e copos de café.

Todo o encanto do campus, na verdade, reside no Centro de Vivência de toda a UFJF. Foi lá que encontrei a população juiz de forana que eu tinha imaginado surfando no Leme. Em uma ampla área de estacionamento, dezenas de crianças e jovens andavam de skate e se desafiavam em manobras entre corpos e caixotes. Mais à frente, estava a primeira academia livre da cidade, fruto de uma parceria entre a Unimed e a Universidade. Faltavam aparelhos para tantos braços dispostos.

A Universidade Federal de Juiz de Fora conta ainda com um lago, em volta do qual a galera corre, caminha ou dá cambalhota; gramado para a prática de esportes e uma área aberta denominada concha acústica, para shows e demais eventos. Tem espaço para os patins, as pipas, a bola, o cachorro, os pais, os filhos e os avós. Em um sábado sem sol, mas de repente, salgado.

Foi então que conheci Bob, em suas quatro patas e rabo frenético. Erguendo os olhos, conheci seu dono, José*. Entre devaneios sobre o Brasil, o verão e a corrupção, José trouxe à tona um diferencial que considera que a UFMG possui em relação à UFJF: o incentivo à pesquisa. Com suas portas abertas e admirável utilização do espaço público, de acordo com ele, a Universidade de Juiz de Fora ainda falha no investimento em pesquisa e extensão. “Mas estamos caminhando”, concluiu, e torço para que caminhemos com eles – não necessariamente na mesma direção.

P.S.: Na UFJF, o curso de Comunicação Social não funciona no ICH, mas em outro prédio, junto com os cursos de Educação e Serviço Social.

*Nome fictício, por motivos de: não nos perguntamos nomes.

Eleições!

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por Caio Paranhos

Essa semana vocês viram no grupo da Comunicação santinhos de alguns colegas, e podem ter se perguntado: pra quê isso, se nas eleições do ComuniCA só tem uma chapa? Por que fazer uma campanha quando não há concorrência?

Primeiro, porque precisamos de um número mínimo de votos: 10% dos estudantes do curso, para ser mais preciso, um pouco mais de 40 votos dos 400 e poucos alunos que temos atualmente. Mas muito mais do que isso, queremos que você participe do nosso Centro Acadêmico, não apenas apoiando o que fazemos com o mouse na mão, mas participando de verdade e cuidando do que também é seu. Os santinhos podem ser vistos como uma crítica ao fato de termos apenas uma chapa, tratando cada um dos membros como candidatos próprios. Porém, eles são uma forma de mostrar que na nossa gestão as individualidades e as ideias de cada pessoa são valorizadas, porque é assim que construímos um CA democrático e participativo.

Nos dias 28 e 29 você tem 2 opções: não votar ou votar em nós. Mas você pode fazer muito mais do que isso, pode fazer o seu ComuniCA. Então, vem!

A repórter, o suspeito e a vergonha.

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A cena é comum: mais um desses programas sensacionalistas de notícias que passam à tarde. O estilo faz escola, e os noticiários-espetáculo pipocam em vários canais da televisão, alavancando a audiência a qualquer custo. Mas esse caso, em especial, causou uma revolta crescente em praticamente todos os que assistiram: a repórter, loira e sarcástica, entrevista sadicamente o jovem negro, visivelmente atordoado, com ferimentos pelo rosto e mãos algemadas. Ele afirmava ter cometido um roubo, mas alegava inocência de um possível estupro, entre lágrimas e desespero. Pedia que se realizassem os exames necessários para comprovar que nada fizera, e em sua simplicidade, confunde o nome da perícia. Ela debocha jocosamente, ri, humilha, zomba de sua ignorância. Daí nos perguntamos: pra quê? Por quê?

E nós, estudantes de Comunicação, precisamos refletir sobre o que temos nas mãos: a possibilidade de informar, de denunciar, de criticar e construir. Mas também a possibilidade de deturpar, ignorar, humilhar, vender sob qualquer condição. O que faremos com isso tudo é de um peso imenso, algo que está imerso na tão falada ética; ética esta, que deveria saltar das ementas disciplinares e se tornar mais corriqueira nas redações, no exercício cotidiano. Ela, do alto de sua posição, utiliza todo o conhecimento adquirido em um curso universitário para cuspir, deteriorar, pisar. Esse episódio grotesco revela a irrelevância desse valor na disputa pelo IBOPE – e a nossa vergonha. A que ponto chegamos? Como uma equipe inteira permite que isso vá ao ar? Ferir os direitos humanos tornou-se corriqueiro, normal. As portas de nossas delegacias estão abertas à dita “imprensa”, para que “denuncie” os “bandidos”: sempre jovens negros, de periferia. Os de terno, brancos, dos gabinetes, ninguém fala: cachorro-grande. E ai de quem ousar.

A tal jornalista foi denunciada pelo Ministério Público. O caso repercutiu nacionalmente através da Internet, assim como a irresponsabilidade da emissora. O problema é que este ocorrido se repete diariamente, em várias emissoras, locais ou em rede nacional. Este é um entre milhares outros, que ficam perdidos num universo de “reportagens” de cunho duvidoso. Apenas um entre muitos que será punido, mas que ao menos servirá de exemplo para editores “avoados” por aí constatarem que não são onipotentes. E fica a necessidade de se criar um Marco Regulatório para a Comunicação, que permita que esse tipo de fato possua legislação própria, que possua parâmetros para que a tal “liberdade de imprensa” não passe por cima de tudo e de todos.

O rapaz nega ter cometido o crime, mas já foi condenado muito antes. Pior do que a agressão da polícia violenta, as interpelações da moça eram socos em sua imagem, em seu direito de defesa, em sua dignidade. É essa a Comunicação que lhe foi ensinada, Mirella Cunha? É tudo o que não queremos ser, é tudo que não queremos fazer. Seria ingênuo afirmar que os meios de Comunicação exercem ou almejam a imparcialidade, porque isso é impossível. Dizer que somos capazes de nos despir de todos os nossos valores ao entrar na frente das câmeras ou redigir seria quase leviano.
Mas um pouco de humanidade, por favor: essa não faz mal a ninguém.

Jullie Utsch (turma SEQS) tá revoltada.

Grande começo

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Uma grande explosão sem som e origem prolifera em um incrível vazio. Big-bang do semestre. Big-bang das aulas. Big-bang do stress. De agora em diante, estamos expostos a todo tipo de encheção de saco de professor, a trabalho das mais incríveis dificuldades, a matérias das mais complexas formas de entendimento. Mas calma, não é só isso. Também estamos expostos aos encontros mais calorosos entre estudantes, das festas mais luxuriosas da UFMG e dos botecos mais divertidos da FAFICH.

Já era hora de embebedarmos com os colegas comunicólogos e começar o ano com o pé direito! E para isso, nada melhor do que um Começão! Vinho e petisco liberados, e uma cerva no ponto! Espera, está faltando uma coisa… Você! Nada seria do Começão sem os animados estudantes da Comunicação! E foi exatamente o que aconteceu. A combinação certa de receptividade, simpatia e animação. Não vou esquecer de novo: também teve solidariedade. O lucro do Começão foi todo revertido para Pinheirinho, uma comunidade que esta desabrigada no estado de São Paulo.

E assim começamos o semestre. Com um Começão de primeira… e por falar em primeira… Nos vemos em 31 de março.

Confira as fotos aqui.

Já que Minas não tem mar… Eu vou para luta!

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Foto de Andrew Costa

O feriado do dia 15 de novembro pode significar pouco para os argentinos, mas Brasileiro que se prese sabe de cor: dia da proclamação da república. Dia de se comemorar o fim da imposição monárquica, dia de se encontrar com a galera, dia sim de tomar umas biritas e não sei mais o que, mas também foi dia de discutir novos avanços na liberdade desse povo bronzeado.

O ERECOM Vitória 2011, que aconteceu durante o feriado prolongado do dia 15, significou o fortalecimento de uma das executivas nacionais estudantis mais importantes do Brasil, a ENECOS. Novas pessoas dispostas a fazer a diferença surgiram nesses cinco dias de encontro.

E o que que rolou? Ah, muita coisa… Discussões, palestras, mesas redondas, oficinas, vivências e as famigeradas culturais, de onde foi importada a “Roda do amor livre”. É simplesmente indescritível a experiência!

E depois da troca de conhecimentos chegou a hora de ir para a luta! Melhorar esse país que já é um dos melhores do mundo, mas que ainda esquece seu povo. Lutar para que a liberdade seja algo real! O que de fato pode ser!

No dia 15 de novembro de 1889 nos tornamos livres de um tipo de imposição, agora é hora de nos tornamos livres de várias outras! E vamos para luta!

Yes you can!

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Sabe aquela foto em que você saiu horrível? Ou aquela que ficaria ótima se não fosse uma espinha em seu nariz? Sem contar nas inúmeras que você nem lembrava ter tirado, devido a seu estado mais do que bêbado(a), e ai esta aquela coisa? Mostrando inclusive partes que deveriam ser censuradas…

Calma a função do ComuniC.A. não é lembrar de seus terríveis micos, mas de ajudar a concerta-los! Sim, é possível ser um Casanova ou uma Vênus em qualquer foto! Conquiste mocinhos e mocinhas no facebook e vagas de emprego sabendo operar os softwares Adobe Photoshop, Illustrator e Indesign!

O ComuniC.A. oferece dos dias 29 de outubro a 10 de dezembro o curso de softwares mais barato do mercado! Apenas R$300, ou três vezes sem juros de R$100! Não perca essa oportunidade! As inscrições vão até amanhã (dia 27 de outubro) no Hall do 3º andar da FAFICH e as vagas já estão acabando! Só possuem 10 vagas com notebook próprio e 10 com os MAC’s do Labor da FAFICH (onde será realizados o curso). O curso será sempre aos sábados de 8:00 à 12:15.

Essa é sua chance de se libertar visualmente! Não perca!